A procratinação começou
lá em novembro, quando já assediados pelas festas de final de ano começamos a
adiar atos e decisões importantes porque logo o ano viraria e tudo seria
diferente... aí em dezembro fizemos aquela bela lista (mental ou até escrita)
de tudo o que queríamos de diferente neste novo ano... alguns até tiveram
conversas sérias com os parceiros, com os filhos, num plano de ação para um
2013 melhor.
Provavelmente as listas incluíam coisas “simples”:
começar um regime e/ou exercício físico; parar de brigar, melhorar a vida
sexual, tirar tempo para os amigos,
colocar as contas em dia, manter a casa organizada após as faxinas de final de
ano... não importa o quê, havia um mar de boas intenções! Aí janeiro passou
voando... e mesmo percebendo que as metas não estavam sendo cumpridas, era
melhor não forçar nada antes do Carnaval, afinal no Brasil o ano só começa
verdadeiramente depois do Carnaval...
Desculpas,
desculpas e desculpas... e agora que março esta chegando, o Carnaval passou,
que desculpa vamos usar para continuar adiando o que é importante???
Não é fácil de admitir que em algumas situações a boa
vontade ou desejo de mudar não são suficientes para operacionalizar mudanças!
Muitas vezes o que nos distanciam de nossas metas são dificuldades emocionais
que vão corroendo nosso entusiasmo e nos carregando para velhas estratégias que
nos levam aos mesmos resultados insatisfatórios. Vamos dar uma olhadinha na
nossa lista e nos perguntar: Quantas das promessas de ano novo já foram
quebradas em apenas dois meses?
Chega de procrastinação! Se não queremos lamentar em
dezembro por mais um ano de frustrações precisamos arregaçar as mangas e agir! Precisamos
ser honestos e olhar para o que não esta bem, para que com humildade possamos
buscar ajuda. Do alto de nossas expectativas fica difícil assumir a responsabilidade
por nossas inabilidades para mudança. Mas vamos lá, ninguém nasceu sabendo, e
certamente com novas ferramentas
poderemos fazer construções diferentes.
Tanto a psicoterapia individual quanto a terapia de casal
e família são processos que visam a aquisição de novas habilidades, novas
formas de ver o mundo, de se ver, de ver o outro; possibilitando novas
ferramentas para solucionar antigos problemas. Antes de qualquer coisa são
processos de aprendizagem que visam uma psicoeducação emocional, aquisição de
novas formas de agir que conduzirão a relacionamentos mais satisfatórios.
Não devemos nos privar de aprender, de crescer. Afinal não
há ilusão maior do que fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente!