segunda-feira, 23 de novembro de 2009

NÓS E A ADOLESCÊNCIA...


Os filhos nascem, crescem, e quando acreditamos que o trabalho vai diminuir eles se tornar adolescentes! Para muitos pais, esta fase é sinônimo de conflitos, incômodos e muitas dúvidas. Não é raro a chegada nos consultórios de psicologia de pais e mães exaustos, desnorteados e com muitas queixas de seus “aborrescentes”. Esse panorama também se repete na escola, nos grupos sociais, no esporte, etc. Mas porque essa fase nos parece tão difícil?
A adolescência é uma fase de transição da infância para a vida adulta. É um período de muitas transformações físicas e emocionais, tendo como principais tarefas evolutivas a construção de uma identidade diferenciada dos pais, marcada pelos ensaios de escolha conjugal e a aquisição da escolha profissional. A complexidade desta fase é decorrente do acontecimento de grandes mudanças em curtos espaços de tempo, o que deixa pais e educadores confusos e sem parâmetros.

Acredito que um dos complicadores ao lidar com adolescentes é que muitas vezes não nos damos conta que o desenvolvimento físico e cognitivo não é acompanhado pelo desenvolvimento emocional; assim, nossos adolescentes podem até ter tamanho, ter o conhecimento racional, mas na hora da ação muitas vezes não tem maturidade emocional para colocar esses conhecimentos em prática. Isso fica visível nas questões de sexualidade, de álcool e drogas, de relacionamentos, onde eles têm toda a informação, mas muitas vezes, por imaturidade emocional, não as usam, gerando inúmeros problemas.

Precisamos ser mais empáticos com nossos adolescentes. Assim como quando vamos nos relacionar com crianças precisamos “regredir emocionalmente” para conseguir nos comunicar eficazmente com elas, também precisamos fazer isso com os adolescentes. Por que temos facilidade de regredir, sentar no chão e brincar, entrando no mundo das crianças, mas muitas vezes não tentamos fazer o mesmo, entrando no mundo cibernético de nossos jovens? Talvez para muitos de nós seja mais fácil entrar em contato com nossa criança interior, mas mais difícil de se conectar com o adolescente que ainda existe dentro de nós.

Parafraseando um grande pensador, precisamos “adolescer” junto com nossos filhos. Procurar conhecer seu mundo, seus gostos, nos conectar com suas dúvidas, seus temores, buscando compreender o que realmente faz sentido para eles. A proximidade, o diálogo, a compreensão são nossas principais armas para conseguir cumprir bem nosso papel de pais - dar limites, orientar – sem nos transformar em chatos ou ditadores que apresentam um mundo adulto nada atraente.
Sem dúvida, a adolescência mudou muito, e isso faz muitos pais, de gerações tão diferentes, ter dificuldades de lidar com esses novos paradigmas. Nesse sentindo, temos a disposição diversos recursos psicoterápicos para ajudar a sanar tais dificuldades, tanto no que diz respeito à terapia de família quanto individual.
A terapia de família irá ajudar se aproximar e reorganizar o relacionamento com os adolescentes. Já a psicoterapia individual pode ajudar os pais a fazerem as pazes com seu adolescente interior, propiciando resignificar suas vivencias através da adolescência dos filhos, numa maravilhosas segunda chance. Em qualquer um dos casos, todos saem ganhando e conseguem perceber que a adolescência pode ser uma faze linda, riquíssima e bem menos assustadora.

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