sábado, 17 de dezembro de 2011

Rompimentos Afetivos



“O problema não é com você, é comigo!” A genial campanha publicitária de um automóvel aborda a frase em diversas épocas da história, satirizando que até Adão terminou o relacionamento com Eva com esta célebre frase. Apesar de bem humorada, a campanha proporciona uma reflexão sobre rompimentos afetivos, nos mostrando que podem existir jeitos elegantes, mas não menos dolorosos, de terminar relacionamentos.
A verdade é dura: é preciso que duas pessoas queiram ficar jutas para construir um relacionamento, mas basta apenas a vontade de uma para terminá-lo. E quanto maior a disparidade dos desejos, maior a dor do rompimento, e mais complicado o ato de colocar um ponto final. É por essa razão que se lançam mão de tantos artifícios: frases prontas, justificativas racionalmente arquitetadas, sumiços ou até sabotagens inconscientes (como deixar a mostra uma infidelidade, ou fazer um ato que decepcione e faça o outro desistir, etc.). Seja como for, terminar um relacionamento afetivo causa uma revolução na vida de qualquer pessoa, necessitando um processo de reconstrução interior e de reformulação de projetos.
Os rompimentos afetivos desencadeiam uma série de processos de luto. Além do término em si, da ausência da pessoa amada e dos planos em comum é preciso abrir mão do status de comprometido, dos programas de casal e de toda uma rotina que se estrutura em torno do relacionamento. Muitas vezes se inserir novamente no “mundo dos solteiros” não é tão simples e glamoroso como parece, necessitando toda uma nova perspectiva. Neste sentido, há uma reformulação de identidade que acaba se refletindo em várias áreas da vida.
Para realmente traçar um novo começo é preciso aceitar a realidade da perda e recomeçar, reaprendendo a pensar no singular ao invés de no plural. É um processo, e como tal é marcado por avanços e recuos, por fases de calmaria e de turbilhões... mas, em geral, quando passa a fase de choros, raivas e recriminações inicia-se um processo mais intimista, de busca de novos significados. Considera-se este momento o mais difícil, que metaforicamente pode ser comparado a situação de costelas quebradas: por fora parece estar tudo bem, mas dói cada vez que se respira! Nesta hora, nada melhor que buscar psicoterapia, pois o sofrimento solitário é um peso grade demais.
A psicoterapia vai ajudar nesta reconstrução de identidade, buscando reconfigurar tudo que tange a esfera conjugal – motivações na escolha do parceiro, padrões de interação, disfuncionalidades de comunicação, enfim, olhar imparcialmente os seus 50% de responsabilidade no naufrágio dos relacionamentos, pois só assim será possível não repetir o mesmo final infeliz. Apesar de parecer um projeto muito ambicioso, afirmo que não é. Na prática, a base destas psicoterapias esta em ajudar a se desprender de percepções distorcidas sobre o amor, desmistificando-o e se desfazendo de ilusões... Apesar de parecer clichê, a chave esta no amor próprio, em redescobrir o próprio valor e deixar que este brilho guie o caminho para relacionamentos que realmente possam valer à pena.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

FILHO É PARA QUEM PODE!

Poucas vezes vi tanta sinceridade e tanto discernimento... vale a pena ressaltar a coragem e clareza mental da autora Monica Montoni - visite blog www.finaflormonicamontone.blogspot.com


sábado, 29 de outubro de 2011

PATERNIDADE: VERDADES MUDAM...


Todos os anos, quando se aproxima o segundo domingo de agosto, somos convidados a refletir sobre a paternidade. Mas este ano, diferente do senso comum de me dirigir aos jovens
pais, uma inspiração musical me fez escrever aos pais já mais maduros, abrangendo a complexa tarefa de ser um bom pai de filhos adultos.
A música que me inspirou é uma súplica que um pai faz a Deus para ser orientado na tarefa de criar seus filhos dentro dos valores que acredita, buscando passar a eles os pilares de sua educação. Não há duvida que esse é um desejo de todo o pai, pois é uma preocupação constante passar os valores morais, as noções de ética e civilidade, e isso é fundamental na formação da identidade e do caráter dos filhos. O que não nos damos conta é que esta é uma tarefa perecível, que vai esgotando a validade na chegada da vida adulta, quando precisa ser re-significada.
A cada etapa do ciclo vital dos filhos é necessário reaprender a ser pai, e isso não é nada fácil. É comum que o pai herói da infância acabe se tornando o tirano da adolescência e o idealista inflexível na idade adulta. Porque isso acontece? Na maioria das vezes por rigidez, por dificuldades de se re-adaptar, de encontrar sentido numa relação mais simétrica, onde a autoridade seja substituída pela conquista do respeito e admiração, com abertura para que suas leis possam virar idéias, e seus desejos apenas opções.
Os pais não são preparados para essas mudanças e são até atemorizados por elas, como fala o refrão que não me saiu da cabeça: “...Temo que meu filho um dia fale, verdades mudam: Pai, não é assim!” Esse temor se justifica na dificuldade de todos os seres humanos de aceitar as mudanças, de abrir mão de espaços de poder, de autoridade. Em termos de paternidade, estar aberto para se reinventar é o maior desafio.
A maior tarefa de pai de filhos adultos é entender que a cada geração as verdades mudam, porque o mundo muda e os filhos vão tentar, ao seu modo, ir além dos pais. Neste sentido um bom pai é aquele que permite que o filho possa aprender por si mesmo, encorajado a absorver tudo que o pai pode oferecer, mas com liberdade para construir suas próprias verdades. Não é tarefa fácil e a dificuldade dos pais de abrir mão de suas idealizações é o que mais dificulta as relações e afasta os filhos adultos.
Portanto, pais maduros, é hora de rever conceitos e aceitar que as verdades mudam. Para poder crescer os filhos vão precisar experimentar, errar, se desviar do ideal, construir novas rotas... talvez o tão sonhado filho engenheiro se torne um brilhante músico... ou a princesa com quem se sonhava entrar na igreja jamais resolva se casar... ou os netos sejam educados numa lógica totalmente diferente! Tantas escolhas que os pais não fariam mas que podem resultar em felicidade! Não é isso que importa? Confiem no bom trabalho que fizeram! A verdades podem mudar, os valores provavelmente não.
Se a família esta com dificuldades de passar por este momento é hora de procurar ajuda. Tanto a psicoterapia individual quanto a terapia de família irão ajudar a resigificar conceitos e
construir uma paternidade mais saudável e harmônica, permitindo o fortalecimento dos laços mesmo com filhos adultos. Nunca é tarde para se aprender a ser pai, afinal essa é uma tarefa para toda a vida.

* Música que inspirou este texto é Pilares, de Miro Saldanha.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Problemas escolares: o que fazer?

Metade do ano se passou, metade do ano letivo também já se foi e para muitos pais esse é só o inicio das preocupações. A entrega dos boletins acontece e para alguns traz com ele desagradáveis noticias. Saltam aos olhos os problemas de aprendizagem, certificam-se os problemas de comportamento... os pais se perguntam: e agora, o que fazer???
É hora de agir. Ainda há tempo hábil para resgatar o ano ao invés de, mais tarde, apenas tentar remediar os estragos. O primeiro passo é identificar qual a real dificuldade e descobrir sua origem; esta pode ser uma descoberta bastante reveladora.
Pesquisas apontam que mais de 80% dos casos de dificuldades escolares são resultado de problemas emocionais. É um dado alarmante, pois mostra o adoecimento psíquico de nossas crianças. Mas será isso mesmo? Porque nossas crianças estão adoecendo? Como terapeuta de casal e família arrisco aprofundar a questão.
Acredito que na grande maioria das vezes as dificuldades escolares são apenas um sintoma que denuncia um problema familiar. A escola acaba sendo o local onde a criança expressa sua confusão e angústia, mostrando que a sua sobrecarga emocional a esta impedindo de aprender, ou de se relacionar de forma saudável.
Nesse sentido, peço atenção especial aos diagnósticos apressados. Agora “estada na moda” o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e suas promessas de controle/cura através de medicamentos. Precisamos ter cautela! Muitas vezes a desatenção ou a hiperatividade são apenas sintomas usados para expressar as dificuldades e não chegam a preencher os critérios para um transtorno neuroquímico como o TDAH.
Na grande maioria dos casos os pacientes que chegam rotulados de portadores de TDAH estão na verdade reagindo a uma conflitiva bem específica. O mais comum é apresentar sintomas como reação a uma crise conjugal dos pais; neste sentido os sintomas estão a serviço de manter os pais ocupados com os problemas do filho e, de certa forma, evitar que a crise evolua para uma separação. É um processo doloroso, no qual a criança sofre muito, pois carrega sobre seus frágeis ombros todo o peso do desajuste familiar.
Diante disso vamos olhar para nossas crianças com mais atenção. Que verdadeiro recado os boletins nos trazem? O que os sintomas vêem denunciar? Sem dúvida a melhor alternativa quando o problema escolar aparece é buscar uma boa avaliação para descartar causas físicas e cognitivas e entender o real significado dos sintomas. Em todos os casos uma psicoterapia de família ajuda muito, pois além de permitir um olhar mais global sobre o problema acaba trazendo benefícios para toda a família.

A Disfuncionalidade dos Relacionamentos

Todos desejamos encontrar um companheiro, namorar, traçar um caminho comum e tentar “ser feliz para sempre...”. Essa busca, que se inicia na adolescência, muitas vezes perdura pela vida toda, mas nem sempre tem um final feliz. Todos ficamos chocados com o número significativo de crimes passionais ocorrendo em nossa cidade; verdadeiras tragédias que ceifam vidas na plenitude da juventude, desgraçando famílias inteiras e nos deixando sem saber o que pensar.

Não estou aqui para fazer diagnósticos ou julgamentos, mas sim discutir a questão sem pudores, focando na disfuncionalidade dos relacionamentos afetivos. Há sinais de alerta que precisamos conhecer para proteger nossos jovens de finais tão trágicos.

Precisamos estar atentos para as “pequenas violências” que já começam a acorrer no inicio dos namoros. A submissão e renúncia da identidade são as primeiras coisas a aparecer. Vemos meninas lindas, cheias de vida e espontaneidade começarem a se apagar diante de namorados ciumentos, abrindo mão dos amigos, do convívio com a família, dos gostos pessoais... claro que uma certa dose disso ocorre em todos os relacionamentos, mas nesses casos não é algo transitório, mas sim progressivo, que acaba gerando um distanciamento cada vez maior das pessoas que poderiam questionar tal posição.

Toda relação é uma questão de encaixe. Muitas vezes, enquanto um se submete e o outro dita as regras, a relação vai “bem”... até que alguém questione. Precisamos prestar atenção em como o jovem casal se organiza nas primeiras discordâncias: é sempre o mesmo a ceder? Há lugar para o diálogo? Há ameaças de abandono? Acontecem mudanças de ambas as partes ou apenas um se molda ao outro?

Precisamos educar nossos filhos para combater qualquer sinal de violência nos relacionamentos. Discussões muito ásperas e agressões verbais já são primeiros indícios de uma personalidade agressiva. Um mínimo empurrão, segurar os braços com força, um puxão de cabelo, um mínimo tapa... enfim, toda grande agressão inicia com uma pequena. Temos que orientar a todos que NENHUM TIPO DE VIOLÊNCIA é aceitável numa relação conjugal, pois sempre é a porta de entrada para agressões maiores.

A agressão física é o sintoma que expressa a impossibilidade de se comunicar. Nesse sentido, agressor e agredido são vítimas, pois estão reféns do descontrole e da inabilidade de encontrar outras formas de se comunicar. Relações onde existe agressão física são construídas sobre os pilares de abusos e submissão gerada pelo medo. Isso acaba gerando uma dinâmica perversa, onde a vítima se envergonha e silencia, muitas vezes se julgando causadora da agressão. NADA JUSTIFICA AGRESSÃO! Se conseguirmos passar essa premissa para nossos filhos, já conseguiremos evitar muitos desfechos catastróficos.

Vamos abrir canais de diálogo, conversar com nossos filhos adolescentes e jovens adultos sobre seus relacionamentos, sua satisfação conjugal e expectativas. Precisamos desmistificar a idéia de que sapos viram príncipes, mostrando que muitas vezes as coisas que nos desagradam no início podem se tornar intoleráveis com o passar do tempo. Claro que isso não é uma tarefa fácil. Para isso podemos contar com ajuda, buscando uma terapia de família para promover esse diálogo e reaproximar pais e filhos. Vamos investir em prevenção, usar as tragédias como motivadoras para a construção de novos caminhos rumo a finais mais felizes.

Psicoterapia na Maternidade

Estamos em uma época de muita inovação nos serviços oferecidos para terceira idade; cada vez mais se investe em serviços que melhorem as condições de vida de quem já conquistou os cabelos brancos. Nada mais lógico num país que, segundo pesquisas, tem hoje 19 milhões de idosos e previsão de dobrar este número até 2040. Apesar disso, percebo na clínica que essa demanda não tem sido apresentada nos consultórios de psicologia. Isso me faz questionar: não se acredita em psicoterapia para idosos?
Acredito que há muitos mitos e preconceitos em torno da necessidade e eficiência da psicoterapia para esta faixa etária. É comum eu ouvir frases do tipo: “Viveu a vida toda deste jeito, não vai mudar!”, “ Vai lá na terapia para ficar se queixando, isso já faz em casa” ou até “Tem tantos grupos que pode freqüentar, precisa é conversar, se divertir, isso é que vai ajudar”. O pior é que já ouvi frases desse tipo da classe médica e até de psicólogos, além de questionamentos de que tipo de terapia faço com pacientes tão maduros. Minha resposta é única: faço psicoterapia, e riquíssima!
Atender pessoas tão experientes é um privilégio e um grande desafio. Realmente, não dá para fazer uma psicoterapia tradicional, pois é preciso humildade e muita abertura para equilibrar tudo que se aprende e se ensina durante o processo. A experiência de vida é algo que confere muita autoridade a tudo que paciente nos traz, exigindo do terapeuta uma postura muito firme e ao mesmo tempo flexível para trazer opções de compreensão e de mudança condizentes com as teorias que acredita. Para esse processo dar certo é preciso mais que técnica, mais que saberes prontos, é preciso empatia e muito afeto para transformar antigas dores em novas possibilidades.
Geralmente que muito viveu tem muitas perdas, e por isso esse tipo de psicoterapia necessita de um conhecimento mais aprofundado sobre os processos de luto, tanto para trabalhar as perdas por morte ou separações, quanto para ajudar a elaborar as perdas do dia-a-dia, pois as limitações físicas se apresentam num ritmo crescente. Neste sentido, os idosos têm muito a aprender, pois se sua energia for bem administrada eles ainda podem muito.
Eu acredito em mudanças a qualquer tempo, seja a nível individual, conjugal ou familiar. Tenho muito orgulho de meus pacientes bem experientes que se abriram (ou estão se abrindo!) para a experiência, remexeram em dores do passado, enterraram mágoas e conquistaram mais saúde, mais qualidade de relações e melhor aproveitamento de suas capacidades. Isso me faz crer na psicoterapia para a terceira idade, defendendo com alegria que o ser humano é capaz de aprender em qualquer idade, até porque envelhecer é inevitável, mas amadurecer emocionalmente é uma opção de vida.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

CIUME

“Eu não sou ciumento!” “Ciúme é prova de amor!” “Se existe ciúme é porque existe infidelidade!”. Quando falamos de ciúme cada um tem uma opinião e uma vivência do assunto, mas afinal, que papel o ciúme ocupa em nossos relacionamentos?
O ciúme é um sentimento bem conhecido de todos nós. Desde a mais tenra infância somos invadidos por sentimentos intensos quando alguém ou alguma coisa toma a atenção ou o afeto das pessoas a quem amamos. É assim que se inaugura o sentimento de ciúme, que vai atingir seu ápice na conjugalidade, tomando o colorido que as vivências na família de origem, amigos e até a cultura irão ajudar a delinear.
Podemos entender o ciúme como uma reação normal de apego e medo da perda de algo é muito valioso. O mito de que ciúme é prova de amor provem dessa idéia, já que podemos entender por amor essa validação. A questão é que cada um conscientiza e expressa esse medo da perda de um jeito, podendo sentir ciúme, mas não expressá-lo de forma típica. Assim, não podemos tomar a medida do ciúme como medida para o amor, nem nos considerar totalmente desprovidos deste sentimento quando estamos ligados a alguém.
De um modo geral, o ciúme romântico desenvolve-se quando sentimos que o parceiro não esta tão estreitamente conectado conosco como gostaríamos. Neste sentido, o ciúme pode ser dirigido a outra pessoa ou ao trabalho, amigos, lazer, família de origem, filhos, ou qualquer outra coisa ao qual o parceiro dedique tempo e energia. Sentir isso a um nível moderado pode ser considerado normal, mas se isso se intensifica, pode significar um sinal de alerta de que algo não vai bem, seja no relacionamento conjugal ou no relacionamento com nós mesmos.
Em geral, podemos fazer uma correlação entre os grandes ciumentos e os problemas com auto-estima, pois as pessoas que não conseguem dar valor a si mesmo, em geral, não se julgam suficientemente capazes de manter a afeição do outro, vivendo com medo de serem traído ou abandonados. Assim, as pessoas ciumentas permanecem ambivalentes entre o amor e a desconfiança, podendo ficar obcecadas por triangulações, muitas vezes imaginárias.
O ciúme exagerado é danoso ao relacionamento porque acaba se tornando uma profecia auto-realizadora. Estas profecias são, em resumo, definidas como crenças capazes de exercer influência sobre aqueles que nelas crêem: as pessoas mudam de atitude e se engajam em comportamentos que aumentam as chances de ocorrer aquilo que crêem ou temem. No caso dos ciumentos, o comportamento desconfiado e o clima desagradável que ele gera acabam afastando o parceiro, deixando a relação mais vulnerável ao rompimento ou a traições.
Neste sentido podemos dizer que os ciumentos têm maior probabilidade de serem traídos que os não ciumentos, pois muitas vezes não se dão conta de que é seu próprio comportamento desconfiado que mina a relação e abre espaço para um terceiro. Desta forma, foi o parceiro ciumento que iniciou o ciclo de desconfiança que acaba em infidelidade, e não o contrário, podendo ser possível pensar que com outra dinâmica de relação a infidelidade poderia não ter acontecido.
Diante disso, quando o ciúme começar a ser o motivador de discussões e de problemas conjugais é hora de pedir ajuda. Há diversos recursos para quebrar esses ciclos disfuncionais usando tanto a terapia de casal quanto a psicoterapia individual para resolver esta questão. Neste sentido é importante buscar um profissional qualificado para diagnosticar se o problema esta no funcionamento do casal, no psiquismo de um dos conjugues ou em ambos, para assim poder adotar o método de tratamento mais eficaz para cada um dos casos. Buscar uma qualidade de relacionamento e se livrar dos incômodos do ciúme exagerado é uma medida importante para reencontrar a qualidade de vida afinal, quem se ama, se cuida.

terça-feira, 14 de junho de 2011

EDUCAR: Uma difícil tarefa

As mães e os pais querem acertar; compram livros, pesquisam na internet, conversam com outros pais, sempre em busca de responder uma simples questão: será que estou sabendo educar meus filhos? Não há divida de que educar hoje não é um desafio bem maior do que nas gerações anteriores.
Os avanços tecnológicos geraram mudanças radicais nos papeis da família . Nunca antes na historia da humanidade gerações mais jovens tiveram o que ensinar aos mais velhos. Hoje com os celulares, computadores e internet é muito comum ver pais pedindo ajuda aos filhos, sofrendo para aprender o que para os jovens é simples e obvio. Parece um fato simplório, mas que acaba mexendo com diversas estruturas da hierarquia das famílias, interferindo diretamente nas relações de poder.
Não há duvidas de que as relações estão mais simétricas. Hoje a maioria dos pais já abdicou da posição de autoridade absoluta para abrir espaço para o diálogo e a negociação, permitindo que o conhecimento e o poder de argumentação dos filhos faça parte das decisões, mas será que não estamos passando da conta? Hoje vejo crianças muito jovens agindo como ditadores que através da agressividade ou de algum sintoma manipulam as decisões familiares. Isso é alarmante! Será que estamos confundindo flexibilidade com bagunça?
Educar dá muito trabalho! Além de não ter um modelo atual a seguir, nossa sociedade esta mergulhada numa correria frenética por sucesso profissional e busca pela estabilidade financeira, sobrando pouca energia para a educação dos filhos. O que mais me deparo é com pais cansados, estressados, que acabam abrindo mão de qualquer regra para não ter que se desgastar. Isso sem falar dos pais culpados que para compensar sua ausência acabam se tornando permissivos. Mas a que isso esta nos levando? Com certeza só estamos postergando os problemas...
Educar é um conjunto muito amplo que passa primeiramente pela esfera dos limites e da disciplina. Por isso convido os pais a pensar a educação em diversos setores da vida: como estão conduzindo a educação alimentar de seus filhos? E a educação de saúde - exercícios físicos, importância de higiene, etc? E a educação espiritual? Isso sem falar na educação ambiental, educação financeira , além é claro da educação acadêmica (que é função da escola mas precisa da validação e participação dos pais para que ocorrer adequadamente)? Fácil? Nenhum pouco! Muitas vezes nos damos conta que nem nós mesmos somos “bem educados” em todas essas esferas, então como educar?
A educação dos filhos é um desafio diário que passa pela nossa própria re-educação. E para isso nada mais importante que o afeto e o diálogo, e tempo dedicado a isso. Precisamos olhar para nossos filhos como telas em branco na qual o mundo escreverá as lições da foram que bem entender se não tomarmos para nós esta tarefa. Educar é função de pai e mãe, mas precisamos ser honestos e nos perdoar pelas nossas limitações, afinal ninguém nos ensinou a ser pais! Como terapeuta de família, afirmo que não existem pais ideais e nem receita de bolo, mas existe um olhar acolhedor sobre as dificuldades familiares e técnicas muito dinâmicas que nos permitem saber como usar os limites e assim melhorar a qualidade nas relações familiares. Contando com ajuda qualificada educar pode ser um processo bem mais tranqüilo e gratificante, pois dar limites é antes de tudo um ato de amor.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O QUE ESPERAR DO CASAMENTO




“Eu não posso ser a fonte de todas as suas alegrias... não agüento mais ser responsabilizado por tudo que acontece com você! Nosso casamento não pode ser o centro do universo!!!” Esse é um desabafo comum nas terapias de casal mas que me causa o mesmo impacto cada vez que ouço, pois comprova na prática o que a teoria tanto afirma: a ruína da maioria das relações é gerada pelas grandes expectativas que o casal depositava nela. Isso me leva a questionar: Será que sabemos o que esperar de uma relação?
Mesmo com diferenças entre os gêneros, de um modo geral, somos treinados desde a infância a alimentar grandes expectativas a respeito do casamento. As mulheres tendem a sofrer de uma “síndrome de Cinderela” na qual esperam que o príncipe encantado, romântico e amoroso, proporcione uma perfeição que resultará em “viver felizes para sempre”. Já os homens tendem a esperar uma relação tranqüila, com bom sexo e poucas queixas, que lhe proporcione tranqüilidade emocional e consistência do lar... eu chamaria de “síndrome de Amélia”. Enfim, com expectativas tão contrastantes, como pode dar certo?
Há sempre um contrato secreto em casa união. Expectativas veladas, muitas vezes de fundo inconsciente e irracional, permeiam a forma com que cada um se relaciona com o outro, moldando as percepções do que acontece na relação. Assim, muitas vezes sem perceber, um dos parceiros passa a esperar que o outro supra toda a sua necessidade de atenção, carinho e reconhecimento de que necessita, gerando uma grande armadilha. É uma armadilha comum, pois no inicio de um relacionamento o outro realmente consegue suprir, mas com o tempo isso se torna um fardo pesado demais para os ombros de qualquer um e a aquilo que encantava, sufoca; aquilo que nutria, passa a sugar e a relação entra numa crise silenciosa, progressiva e muitas vezes letal.
Os primeiros sintomas deste tipo de crise são as sensações contrastantes que aparecem entre o casal: um se sente carente, o outro sufocado; um acha que dá tudo e outro que não recebe nada. Assim se instalam as cobranças e a comunicação passa a não funcionar. É uma crise progressiva que pode durar anos e até estabilizar numa relação enfadonha e sem sabor, gerando o adoecimento de um ou de ambos, num mar de reclamações e desapontamentos.
Há solução para esse tipo de problema? Afirmo que sim. E muitas, nas mais diversas modalidades! Podemos buscar uma terapia de casal para identificar esse padrão relacional e, a partir de uma comunicação eficaz possamos criar uma forma de se relacionar que contemple as necessidades e limites de cada um, buscando que essa relação ocupe o seu papel de nutrir ao invés de castigar. Há também a psicoterapia individual em que poderemos trabalhar essas altas expectativas, buscando novas fontes de gratificação, reconstruindo a auto-estima e, a partir dessas mudanças, gerar mudanças na relação. Ninguém merece uma relação cheia de cobranças e insatisfações! Por isso, não importa o caminho, o que importante é começar a caminhar e buscar a melhor forma de ajuda para maneirar nas expectativas e realmente aproveitar tudo de bom que o outro pode nos dar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Promessas de Ano Novo




Enfim 2011! Bem-vindo ao novo ano que, como é de praxe, vem cheio de expectativas, sonhos, desejos, listas de planos e dúzias de metas a bater. Muitos de nós escolheram com esmero a roupa da virada, a cor da lingerie, fizeram rituas e simpatias para atrair um ano bom que lhe traga o que desejam... tudo isso faz parte, vivemos em um país essencialmente místico e isso dá um sabor especial a essas datas, mas como fazer para que tudo de bom se concretize? Como fazer para cumprir as tão pensadas promessas de Ano Novo?


Muitos são os planos: Fazer dieta, malhar, não tomar refrigerante, beber menos, se empenhar mais no casamentos, melhorar a vida sexual, fazer um curso de línguas, estudar mais, arrumar um novo amor e esquecer quem nos fez sofrer, ser mais paciente com os familiares, dar mais atençao aos filhos, trabalhar menos, economizar dinheiro... Enfim, promover uma reviravolta pessoal e profissional. Sinceramente, podemos realmente acreditar que uma roupa nova ou a cor das calcinhas possa nos trazer tudo isso? Bem, tenho algumas idéias mais aplicáveis, até porque a rotina atribulada faz com que pelo menos a metade dos desejos se perca no caminho antes mesmo do carnaval.


A vida não é feita de saltos, mas sim de processos. O desejo e o planejamento são apenas os primeiros passos para uma mudança que vai se dar com avanços e retrocessos, além de precisar de muito trabalho para se concretizar. Considero que essa energia do Ano Novo é bem vinda, é um clima propício para fazer um balanço e traçar metas, mas precisamos de uma projeto concreto para que elas possam se realizar. Na maioria das vezes precisamos de ajuda qualificada, alguém que nos apóie e nos oriente na direção certa.

Neste sentido, convido a cada um a olhar para sua listinha e pensar em que profissional pode buscar ajuda. Que tal um nutricionista para ajudar na dieta? Um educador físico para ajudar a fazer exercício? Um consultor financeiro para ajudar a organizar as finanças? E porque não um psicólogo para as questões emocionais? Terapia de casal para melhorar o casamento? Terapia familiar para resolver problemas com os filhos?

Muitos são os recursos disponíveis. Há uma rede de profissionais aptos a ajudar, custando muitas vezes bem menos do que se imagina. O mais difícil é dar o primeiro passo! Neste sentido convido a pegar embalo nessa energia de mudança, quando a lista de resoluções 2011 ainda esta fresquinha para buscar ajuda. Afinal se não começar agora é bem provável que no próximo reveillon estejamos com uma lista ainda maior.

Desejo a todos um ano maravilhoso cheio de boas iniciativas. Na minha listinha segue o projeto de ajudara as pessoas a desmistificar a figura do psicólogo, percebendo-o como um recurso útil para ajudar nos dramas e transformações da vida. Desejo que as pessoas se abram para o novo e busquem os recuros da terapia de casal e família para melhorar seus relacionamentos, pois muitos dos casais que eu atendo conseguem com intervenções simples ter um casamento muito mais satisfatório, assim como os pais ao melhorar a comunicação passam a uma vida familiar bem mais feliz... Não vamos deixar a energia de renovação se apagar, vamos começar agora para que no final do ano tenhamos muito a comemorar. Feliz 2011!


Dayani Croda Machado