quinta-feira, 6 de junho de 2013

ELE x ELA NO MÊS DOS NAMORADOS


Junho é um mês que já se inicia cheio de romantismo e expectativas. Flores, corações e anúncios românticos invadem nossos olhos, nos fazendo pensar em amor. Mas, de todo o ano é mês em que as  diferenças entre homens e mulheres se faz mais notória, pois a sensibilidade das mulheres contrasta com a praticidade dos homens, gerando um clima propício para pequenas ou grandes frustrações...

            Em geral as mulheres adoram datas, comemorações, detalhes... a própria biologia feminina é marcada por ciclos, predispondo a mulher a se sintonizar com datas como esta. Já os homens são mais estável, movidos pelas motivações do momento presente, com dados objetivos, onde a estabilidade e permanência marcam uma forma de traduzir o afeto. Diferentes visões precisando coabitar uma mesma relação. O que fazer a respeito? Respeitando as diferenças, seguem ideias:

MULHERES:

É preciso fazer um luto da ideia de príncipe encantado. Infelizmente o “Cara” do Roberto Carlos não existe!  Dentro da nossa cultura os homens não foram educados a exercitar sua sensibilidade, ou a capacidade de “ler nas entrelinhas” e  por isso, se lembrarem do dia, vão optar pelo óbvio que alguma mulher tenha dito ou algo que já tenha dado certo. Então para mudar isso É PRECISO FALAR  o que esperam de uma foram clara e objetiva! Se para você é importante comemorar o dia dos namorados, então FALE! Diga o que gostaria, comente suas expectativas, dê ideias, compartilhe as ideias se já teve o trabalho de fantasiar! Se você não falar, depois não adianta se lamentar com a frustração de que seu parceiro “não leu seus pensamentos”.  Compartilhar sonhos, brincar com fantasias gera cumplicidade e estreita os laços, gerando no outro o desejo de realizar algo que sabe que pode investir e vai agradar. Então não espero o outro adivinhar... comente, sugira, e TOLERE se tudo não sair exatamente como sonhou! O esforço dele deve valer mais que o resultado, e praticando, ano que vem pode ser melhor! Não espere por ele, o valor do momento não é credito de quem teve a ideia, mas da capacidade de ambos de desfrutar!  

HOMENS:    

Não adianta ignorar a data, isso vai te custar muito caro mais tarde, pode acreditar! Mesmo que ela não fale nada, ela espera alguma coisa e vai cobrar, mesmo que inconscientemente, um preço alto pela sua “desatenção”. Mulheres parecem complicadas, mas são simples: querem se sentir especiais, se sentir amadas, e ver que você gastou minutos do seu precioso tempo pensando em agradá-la. Se não sabe o que fazer PERGUNTE! Questione o que ela gostaria neste dia, qual o presente que você deu que ela mais gostou, qual o jantar mais especial... vai se surpreender como pequenos detalhes fizeram a diferença e terá o caminho para seguir. Se ela não falar pergunte para uma amiga, para um familiar, peça ajuda!  Um gesto de agrado num dia desses rende semanas de bom humor e uma melhora significativa em todos os aspectos. Vale a pena tentar!

            Sei que tudo parece fácil para quem esta num relacionamento novo e utópico para quem já esta junto há anos e sofre os desgastes do tempo. Mas reforço que SÃO AS RELAÇÕES MAIS ANTIGAS QUE MAIS PRECISAM APROVEITAR ESTA DATA! Voltar a investir, tentar estratégias novas, usar da comunicação é um ótimo caminho para buscar forças para enfrentar o desgaste. Entrar no clima de romance e resgatar, mesmo que por uma noite, os sentimentos que os uniu pode ser o pontapé inicial para um recomeço, ou até para uma busca de ajuda.

Todos os casais merecem viver um clima agradável, encontrar um ninho de amor e acolhimento nos braços do outro ao voltar para casa depois das batalhas do dia-a-dia, não só no dia dos namorados, mas em todos os dias. Muitas vezes isso esta a um passo de nós com mudanças  simples! Não me conformo quando vejo casais  desistindo disso por estarem imersas em discussões e desapontamentos. Para esses casos a terapia de casal está aí como uma nova ferramenta muito eficiente. Seu parceiro não concorda? Busque ajuda mesmo que individualmente, pois se um membro do casal muda o outro também tenderá a mudar. Todos merecemos uma relação satisfatória, afinal é isso que faz a vida valer à pena em qualquer época do ano!

sábado, 2 de março de 2013

MARÇO: HORA DE DAR ADEUS A PROCRATINAÇÃO!


           A procratinação começou lá em novembro, quando já assediados pelas festas de final de ano começamos a adiar atos e decisões importantes porque logo o ano viraria e tudo seria diferente... aí em dezembro fizemos aquela bela lista (mental ou até escrita) de tudo o que queríamos de diferente neste novo ano... alguns até tiveram conversas sérias com os parceiros, com os filhos, num plano de ação para um 2013 melhor.
            Provavelmente as listas incluíam coisas “simples”: começar um regime e/ou exercício físico; parar de brigar, melhorar a vida sexual,  tirar tempo para os amigos, colocar as contas em dia, manter a casa organizada após as faxinas de final de ano... não importa o quê, havia um mar de boas intenções! Aí janeiro passou voando... e mesmo percebendo que as metas não estavam sendo cumpridas, era melhor não forçar nada antes do Carnaval, afinal no Brasil o ano só começa verdadeiramente depois do Carnaval...
            Desculpas, desculpas e desculpas... e agora que março esta chegando, o Carnaval passou, que desculpa vamos usar para continuar adiando o que é importante???
            Não é fácil de admitir que em algumas situações a boa vontade ou desejo de mudar não são suficientes para operacionalizar mudanças! Muitas vezes o que nos distanciam de nossas metas são dificuldades emocionais que vão corroendo nosso entusiasmo e nos carregando para velhas estratégias que nos levam aos mesmos resultados insatisfatórios. Vamos dar uma olhadinha na nossa lista e nos perguntar: Quantas das promessas de ano novo já foram quebradas em apenas dois meses?
            Chega de procrastinação! Se não queremos lamentar em dezembro por mais um ano de frustrações precisamos arregaçar as mangas e agir! Precisamos ser honestos e olhar para o que não esta bem, para que com humildade possamos buscar ajuda. Do alto de nossas expectativas fica difícil assumir a responsabilidade por nossas inabilidades para mudança. Mas vamos lá, ninguém nasceu sabendo, e certamente com novas ferramentas  poderemos fazer construções diferentes.
            Tanto a psicoterapia individual quanto a terapia de casal e família são processos que visam a aquisição de novas habilidades, novas formas de ver o mundo, de se ver, de ver o outro; possibilitando novas ferramentas para solucionar antigos problemas. Antes de qualquer coisa são processos de aprendizagem que visam uma psicoeducação emocional, aquisição de novas formas de agir que conduzirão a relacionamentos mais satisfatórios.
            Não devemos nos privar de aprender, de crescer. Afinal não há ilusão maior do que fazer a mesma coisa e esperar um resultado diferente!  

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

NÓS E A ADOLESCÊNCIA


Os filhos nascem, crescem, e quando acreditamos que o trabalho vai diminuir eles se tornar adolescentes! Para muitos pais, esta fase é sinônimo de conflitos, incômodos e muitas dúvidas. Não é raro a chegada nos consultórios de psicologia de pais e mães exaustos, desnorteados e com muitas queixas de seus “aborrescentes”. Esse panorama também se repete na escola, nos grupos sociais, no esporte, etc. Mas porque essa fase nos parece tão difícil?

 A adolescência é uma fase de transição da infância para a vida adulta. É um período de muitas transformações físicas e emocionais, tendo como principais tarefas evolutivas a construção de uma identidade diferenciada dos pais, marcada pelos ensaios de escolha conjugal e a aquisição da escolha profissional. A complexidade desta fase é decorrente do acontecimento de grandes mudanças em curtos espaços de tempo, o que deixa pais e educadores confusos e sem parâmetros.

Acredito que um dos complicadores ao lidar com adolescentes é que muitas vezes não nos damos conta que o desenvolvimento físico e cognitivo não é acompanhado pelo desenvolvimento emocional; assim, nossos adolescentes podem até ter tamanho, ter o conhecimento racional, mas na hora da ação muitas vezes não tem maturidade emocional para colocar esses conhecimentos em prática. Isso fica visível nas questões de sexualidade, de álcool e drogas, de relacionamentos, onde eles têm toda a informação, mas muitas vezes, por imaturidade emocional, não as usam, gerando inúmeros problemas.

Precisamos ser mais empáticos com nossos adolescentes. Assim como quando vamos nos relacionar com crianças precisamos “regredir emocionalmente” para conseguir nos comunicar eficazmente com elas, também precisamos fazer isso com os adolescentes. Por que temos facilidade de regredir, sentar no chão e brincar, entrando no mundo das crianças, mas muitas vezes não tentamos fazer o mesmo, entrando no mundo cibernético de nossos jovens? Talvez para muitos de nós seja mais fácil entrar em contato com nossa criança interior, mas mais difícil de se conectar com o adolescente que ainda existe dentro de nós.

Parafraseando um grande pensador, precisamos “adolescer” junto com nossos filhos. Procurar conhecer seu mundo, seus gostos, nos conectar com suas dúvidas, seus temores, buscando compreender o que realmente faz sentido para eles. A proximidade, o diálogo, a compreensão são nossas principais armas para conseguir cumprir bem nosso papel de pais  - dar limites, orientar – sem nos transformar em chatos  ou ditadores que apresentam um mundo adulto nada atraente.

Sem dúvida, a adolescência mudou muito, e isso faz muitos pais, de gerações tão diferentes, ter dificuldades de lidar com esses novos paradigmas. Nesse sentindo, temos a disposição diversos recursos psicoterápicos para ajudar a sanar tais dificuldades, tanto no que diz respeito à terapia de família quanto individual.
 
           A terapia de família irá ajudar se aproximar e reorganizar o relacionamento com os adolescentes. Já a  psicoterapia individual pode ajudar os pais a fazerem as pazes com seu adolescente interior, propiciando resignificar suas vivencias através da adolescência dos filhos, numa maravilhosas segunda chance. Em qualquer um dos casos, todos saem ganhando e conseguem perceber que a adolescência pode ser uma faze linda, riquíssima e bem menos assustadora.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

VOCÊ CONHECE SEU FILHO?

            Uma pergunta a queima-roupa: “Você conhece o(s) seu(s) filho(s)?” Num primeiro momento a resposta afirmativa é automática, e a pergunta parece até ofensiva, pois é obvio que convivendo com o filho desde o nascimento toda a mãe/pai o conhece... óbvio! Será? Minha vivencia clínica me faz questionar novamente, pois na prática a realidade não se mostra assim tão obvia.

            Para conhecer alguém precisamos de tempo, de dedicação, de espaço emocional. Ressalto isso porque a maioria dos pais passa algumas horas  diárias na presença dos filhos, mas as vezes estão apenas fisicamente presentes sem interagir, sem dialogar ou mesmo sem manifestações de afeto. O pior é que é muito fácil isso acontecer: nos envolvemos com tarefas domésticas, TV, computador, telefone, jornal, ou mesmo a rotina escolar dos filhos... o tempo passa tão rápido que já é hora de dormir ou sair novamente, e não interagimos! Os filhos sentem isso, e as vezes aprendem esta forma de interação e nem sentem mais falta, isso vira o normal... até porque acontece também na casa dos amigos...

Uma pesquisa americana feita em 2009 chegou a triste estimativa que os pais passavam apenas cerca de 17 minutos SEMANAIS de tempo qualificado com seus filhos adolescentes (entenda-se tempo qualificado como momentos de diálogo e interação). Apesar de parecer assustador, eu acredito que a realidade brasileira não deve ser muito diferente e nem se limitar a esta faixa etária; vejo pais e filhos completamente distantes, cumprindo tarefas e obedecendo regras e protocolos, mas com pouco afeto e interesse uns pelos outros. É triste, interfere no desenvolvimento e pode passar despercebido, pois os filhos evoluem cognitivamente, mas não aprendem a se relacionar com qualidade.

Precisamos nos questionar sobre a qualidade de tempo que passamos com nossos filhos. Nós os conhecemos? Nos deixamos conhecer? Há trocas afetivas, carinhos verbais ou físicos em nossas casas? Sentimos prazer na companhia uns dos outros? Vou além e amplio o questionamento para o casamento, para os amigos, para os demais familiares... Que tempo estamos dedicando a nossas relações?

Para que possam responder estas perguntas sugiro uma brincadeira simples, mas que pode ser muito rica. Os adolescentes chamam de “quiz”: consiste em uma série de perguntas do tipo cor preferida/ comida preferida/ melhor amigo, etc... pai e filho respondem um do outro e depois checam quantos cada um acertou. Os resultados são sempre assustadores! Ainda mais quando incluem a historia da família (como pai e mãe se conheceram/ como a mãe soube que estava grávida, etc...). É uma pena constatar com tudo isso que muitas vezes a família não compartilha nem suas historias, coisa que as crianças adoram!
Então fica a dica: com ou sem “quiz” vamos buscar uma melhor forma de interação, passando tempo qualificado com quem amamos. E nos casos em que mesmo se esforçando a interação não fluir bem talvez seja a hora de procurar ajuda, afinal os psicólogos e terapeutas de família estão aí para isso: qualificar relações e melhorar a comunicação, gerando proximidade e afeto.