Os filhos nascem, crescem, e quando acreditamos que o trabalho vai
diminuir eles se tornar adolescentes! Para muitos pais, esta fase é sinônimo de
conflitos, incômodos e muitas dúvidas. Não é raro a chegada nos consultórios de
psicologia de pais e mães exaustos, desnorteados e com muitas queixas de seus
“aborrescentes”. Esse panorama também se repete na escola, nos grupos sociais,
no esporte, etc. Mas porque essa fase nos parece tão difícil?
A adolescência é uma fase de
transição da infância para a vida adulta. É um período de muitas transformações
físicas e emocionais, tendo como principais tarefas evolutivas a construção de
uma identidade diferenciada dos pais, marcada pelos ensaios de escolha conjugal
e a aquisição da escolha profissional. A complexidade desta fase é decorrente
do acontecimento de grandes mudanças em curtos espaços de tempo, o que deixa
pais e educadores confusos e sem parâmetros.
Acredito que um dos complicadores ao lidar com adolescentes é que muitas
vezes não nos damos conta que o desenvolvimento físico e cognitivo não é
acompanhado pelo desenvolvimento emocional; assim, nossos adolescentes podem
até ter tamanho, ter o conhecimento racional, mas na hora da ação muitas vezes
não tem maturidade emocional para colocar esses conhecimentos em prática. Isso
fica visível nas questões de sexualidade, de álcool e drogas, de
relacionamentos, onde eles têm toda a informação, mas muitas vezes, por
imaturidade emocional, não as usam, gerando inúmeros problemas.
Precisamos ser mais empáticos com nossos adolescentes. Assim como quando
vamos nos relacionar com crianças precisamos “regredir emocionalmente” para
conseguir nos comunicar eficazmente com elas, também precisamos fazer isso com
os adolescentes. Por que temos facilidade de regredir, sentar no chão e brincar,
entrando no mundo das crianças, mas muitas vezes não tentamos fazer o mesmo,
entrando no mundo cibernético de nossos jovens? Talvez para muitos de nós seja
mais fácil entrar em contato com nossa criança interior, mas mais difícil de se
conectar com o adolescente que ainda existe dentro de nós.
Parafraseando um grande pensador, precisamos “adolescer” junto com nossos
filhos. Procurar conhecer seu mundo, seus gostos, nos conectar com suas
dúvidas, seus temores, buscando compreender o que realmente faz sentido para
eles. A proximidade, o diálogo, a compreensão são nossas principais armas para
conseguir cumprir bem nosso papel de pais
- dar limites, orientar – sem nos transformar em chatos ou ditadores que apresentam um mundo adulto
nada atraente.
Sem dúvida, a adolescência mudou muito, e isso faz muitos pais, de
gerações tão diferentes, ter dificuldades de lidar com esses novos paradigmas. Nesse
sentindo, temos a disposição diversos recursos psicoterápicos para ajudar a sanar
tais dificuldades, tanto no que diz respeito à terapia de família quanto
individual.
A terapia de família irá ajudar se aproximar e
reorganizar o relacionamento com os adolescentes. Já a psicoterapia individual pode ajudar os pais a
fazerem as pazes com seu adolescente interior, propiciando resignificar suas
vivencias através da adolescência dos filhos, numa maravilhosas segunda chance.
Em qualquer um dos casos, todos saem ganhando e conseguem perceber que a
adolescência pode ser uma faze linda, riquíssima e bem menos assustadora.