segunda-feira, 27 de julho de 2009

Problemas escolares: o que fazer?


Metade do ano se passou, metade do ano letivo também já se foi e para muitos pais esse é só o inicio das preocupações. A entrega dos boletins acontece e para alguns traz com ele desagradáveis noticias. Saltam aos olhos os problemas de aprendizagem, certificam-se os problemas de comportamento... os pais se perguntam: e agora, o que fazer???


É hora de agir. Ainda há tempo hábil para resgatar o ano ao invés de, mais tarde, apenas tentar remediar os estragos. O primeiro passo é identificar qual a real dificuldade e descobrir sua origem; esta pode ser uma descoberta bastante reveladora.


Pesquisas apontam que mais de 80% dos casos de dificuldades escolares são resultado de problemas emocionais. É um dado alarmante, pois mostra o adoecimento psíquico de nossas crianças. Mas será isso mesmo? Porque nossas crianças estão adoecendo? Como terapeuta de casal e família arrisco aprofundar a questão.

Acredito que na grande maioria das vezes as dificuldades escolares são apenas um sintoma que denuncia um problema familiar. A escola acaba sendo o local onde a criança expressa sua confusão e angústia, mostrando que a sua sobrecarga emocional a esta impedindo de aprender, ou de se relacionar de forma saudável.

Nesse sentido, peço atenção especial aos diagnósticos apressados. Agora “estada na moda” o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e suas promessas de controle/cura através de medicamentos. Precisamos ter cautela! Muitas vezes a desatenção ou a hiperatividade são apenas sintomas usados para expressar as dificuldades e não chegam a preencher os critérios para um transtorno neuroquímico como o TDAH.

Na grande maioria dos casos os pacientes que chegam rotulados de portadores de TDAH estão na verdade reagindo a uma conflitiva bem específica. O mais comum é apresentar sintomas como reação a uma crise conjugal dos pais; neste sentido os sintomas estão a serviço de manter os pais ocupados com os problemas do filho e, de certa forma, evitar que a crise evolua para uma separação. É um processo doloroso, no qual a criança sofre muito, pois carrega sobre seus frágeis ombros todo o peso do desajuste familiar.

Diante disso vamos olhar para nossas crianças com mais atenção. Que verdadeiro recado os boletins nos trazem? O que os sintomas vêem denunciar? Sem dúvida a melhor alternativa quando o problema escolar aparece é buscar uma boa avaliação para descartar causas físicas e cognitivas e entender o real significado dos sintomas. Em todos os casos uma psicoterapia de família ajuda muito, pois além de permitir um olhar mais global sobre o problema acaba trazendo benefícios para toda a família.

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