segunda-feira, 21 de junho de 2010

A EXPECTATIVA DO MÊS DOS NAMORADOS

Junho é um mês que já se inicia cheio de romantismo. As vitrines enfeitadas com corações, propagandas de presentes, de programações para “o dia especial”. Mesmo sem querer entramos nesse clima, alguns com expectativas e outros com saudades dos “bons tempos”... seja como for, é inevitável refletir sobre a esfera amorosa.
Trabalhando com pacientes de diversas idades, tanto em terapias individuais quanto de casais, e observo pacientes buscando felicidade nos relacionamentos amorosos. E em junho a temática só aumenta: quem está sozinho quer encontrar um amor, quem namora quer manter a paixão do inicio do relacionamento, e quem esta casado quer superar as crises e retomar o romance... Amor, amor, amor... ninguém quer viver sozinho... mas viver à dois não é nada fácil.
A vida conjugal é um desafio constante. O tempo, a rotina, as mudanças individuais vão desbotando a imagem daquele casal jovem e bonito que era capaz de apreciar os pequenos detalhes de um encontro a dois. Esse mesmo casal, anos depois, pode acabar esquecendo de comemorar o dia dos namorados, frustrados numa relação já sem sabor, onde o romantismo foi substituído por queixas e desapontamentos.
Na verdade só há dois jeitos de um casal funcionar: ou na reciprocidade positiva ou na negativa. A reciprocidade positiva é uma corrente de eventos agradáveis – ele dá um beijo carinhoso ao sair para trabalhar, ela o recebe com carinho no almoço, então ele, feliz lhe traz um agrado no jantar, ela satisfeita se esmera em carinhos na hora de dormir e assim sucessivamente, o casal vai afirmando seu amor. A reciprocidade negativa é o inverso – ele sai sem ao menos dizer bom dia, ela o recebe reclamando no almoço, ele se desmotiva e demora para voltar para casa, ela se ressente com o atraso e o recebe com cobranças, ele se chateia, ela não lhe espera para dormir e o ciclo de frustrações e vinganças se instala. É muito fácil entrar nesse ciclo negativo. Sem vigilância e esforço para parar essa sucessão de desapontamentos, o que resulta é o distanciamento, primeiro com muitas brigas, depois com o desenvestimento da relação e o casal desiste até de brigar... e aí vem a verdadeira crise.
Todos os dias vejo este ciclo acontecer. Recebo pacientes cansados, magoados, não agüentando mais viver nesses ciclos destrutivos. Para alguns, o casamento já acabou, mas nem sempre o divórcio é o caminho; há uma história, laços que merecem ao menos tentar ser preservados. Em uma considerável parcela, é possível escrever uma nova história com os mesmos protagonistas, mas com um possível final feliz.
Então surge a questão: É possível ser feliz e manter o romance mesmo após anos de casamento? Afirmo que sim. Na verdade, não acredito em casamento, mas sim em casamentoS... em ciclos de casar e recasar, reformulando contratos, reinventando formas de namorar. Aí está um valioso segredo: reinventar, reescrever e redescobrir o outro para novamente se apaixonar. Não é fácil, mas pode ser emocionante! E como se faz isso? Saindo do ciclo negativo, buscando retomar o carinho, a ternura um pelo outro; melhorando a comunicação, se dando a conhecer e buscando novamente conhecer o outro.
A comunicação é sempre uma boa aliada, afinal, nos relacionamentos entre pessoas não existe nada óbvio. Se para você é importante comemorar o dia dos namorados, então FALE! Diga o que gostaria, comente suas expectativas, porque depois não adianta se lamentar com a frustração de que seu parceiro “não leu seus pensamentos”. Precisamos entender que homens e mulheres tem percepções diferentes, prioridades diferentes, então, diga quais são as suas para o seu parceiro poder ao menos buscar realizar. Não espero o outro adivinhar... comente, sugira e então, desfrute!
Mas se a relação esta mesmo em crise, algo que nem uma boa comemoração do dia dos namorados pode animar, talvez seja a hora de procurar ajuda. A terapia de casal está aí como uma nova ferramenta muito eficiente. Seu parceiro não concorda? Busque ajuda mesmo que individualmente, pois se um membro do casal muda o outro também tenderá a mudar. Todos merecemos uma relação satisfatória, afinal é isso que faz a vida valer à pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário